Livros para pães: Cultivando um leitor desde o berço, Diane Mcguinness

A Gi Blanco, do Mãe Geek, falou esses dias sobre os livros para pães. A maioria segue o padrão "a mãe não deve NUNCA fazer X porque senão Y, Z." O que só serve pra gente se sentir uma péssima mãe. É mãe, mãe, mãe. Eu já disse que tenho ganas com a falta de uma palavra como "parents" em português. Por isso eu uso pães. O livro pode ser lido pelo avô, pelo irmão mais velho, pela babá. Muita gente pode se envolver com a criação do pequeno, então, gentem, por favor, não coloquem sempre a mãe como exemplo em todas as situações.

Ãnfã. Alguns livros, mesmo usando esse estilo de redação "mães, é tudo culpa de vocês", tem dicas legais. Então vou mostrar alguns que eu li, ou que quero ler, aqui. Esse parece valer a pena. "Cultivando um leitor desde o berço" é da editora Record e foi lançado em 2006. A partir de R$ 22,00. A dica é da Juliana, do Batom de Clarice.

E eu que não quero comprar nenhum livro pra mim fico aflita. Dei uma olhada nas páginas de degustação do google books e afligi mais ainda. A proposta é interessante, pois não é só "como fazer seu filho gostar de ler":


Na prática: o livro ajuda a conversar com a criança, com exemplos práticos, mas alguns um pouco estranhos. Veja só. É assim que você deveria alertar de perigos e evitar que seu filho quebre seus bacarás sem ser autoritária em demasia ou traumatizar a criança:


"Ah, querido?" Como assim,
cara pálida?
Difícil? Bastante. Principalmente em momentos de real perigo. Esse dedinho está aonde? Enfim. Se a criança for como o Tomás, até funciona. Mas eu não começo com "Meu amor", que é o meu "Ah, querido".  Começo com um "Não!" bem alto. Dedo na tomada? Alcançou  a faca escondida? Colocou o garfo / caneta/ feijão no nariz/ouvido?

Mas o "Meu amor" funciona sim e é uma boa dica para as normas de convivência... O Rodrigo acha que eu dou muita moleza pro bichin, mas funciona quando ele está calmo e prestando atenção em mim... 80% do tempo. Tem horas que não dá muito certo, eu tenho que pegar nos ombros e dizer um "olha pra mãe que eu estou falando contigo". Mas esse estilo dialogado, menos autoritário, funciona aqui em casa.

Vamos comer sem derramar?
Como quando o Tomás descobriu que é legal bater com a colher no prato (colher de metal e prato de cerâmica) eu disse, com a voz um pouco mais firme: "Tomás, esse barulho machuca o ouvido da mamãe. Você não pode fazer isso, dói." Já na segunda vez eu passei a só perguntar: "Por que o Tomás não pode bater no prato?" E ele responde: "Dodói vido mamãe". Pronto.

Mas é claro que depois de uns 5 minutos, se der vontade, ele vai começar a bater de novo. E, de novo, eu vou perguntar "Porque o Tomás não pode?" Nem precisa terminar a frase.

Eu tenho mais paciência nessa hora da comida do que em outros momentos. Pânico de distúrbios alimentares, pânico. Em outras horas eu sou um pouco mais dura. Subir na estante. Quando estou cansada só tiro ele de lá sem falar nada, mas espero que os dias de "mãe que faz do jeito certo" sejam a maioria. Diálogo, mas mais irritado que o bater no prato:

Esse banquinho existe!
pra comprar aqui, mas é caríssimo.
"Por que o Tomás não pode subir na estante?"
"Cai, dodói" - e aponta pro chão
"O Tomás vai subir de novo?"
"Não"
"Se subir vai ficar de castigo"

Às vezes funciona, às vezes fica de castigo...

Mas a gente estava falando do livro, não é? A introdução é bem interessante. Para ler bem, a criança não precisa apenas aprender a decodificar o texto, ou seja, conhecer as letras, juntar em sílabas e palavras, etc. Precisa também ler fluentemente. Como pensamos rápido, precisamos ler rápido para compreender o que lemos. O ideal seria ler na velocidade de uma conversa. Além disso, é preciso compreender o que se lê. Ser capaz de responder perguntas básicas sobre o que foi lido. Pra isso é preciso ter um bom vocabulário armazenado na cachola e é aqui que podemos ajudar nossos pequenos desde... o ventre! No primeiro capítulo, sobre a linguagem dos bebês de até um ano, muita coisa interessante:


Mais pra frente... só comprando. Parece bom? Eu achei. Tá na lista do ano que vem. Será que não tem na Biblioteca Pública?

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